ESTILO DE VIDA E SAÚDE
Nas últimas décadas, a tecnologia cresceu muito, e isso também repercutiu na saúde: novos equipamentos para diagnóstico, melhoria de técnicas cirúrgicas, novos medicamentos. Houve sem dúvida aumento na expectativa de vida. Mas será que a qualidade de vida acompanhou na mesma proporção?
Infelizmente na contramão deste progresso, a humanidade dorme pior, abusa de substâncias como álcool, drogas não lícitas e tabaco, come mal, ficou mais sedentária e descuida dos relacionamentos interpessoais. Mais de 80% dos custos com saúde nos Estados Unidos está vinculado ao tratamento de condições como hipertensão, doenças cardíacas, AVC, diabetes tipo 2, obesidade e múltiplos cânceres, doenças muito relacionas às escolhas do estilo de vida.
Com tudo isso, não é de se estranhar, que os transtornos mentais cresceram muito também, cujo pior desfecho é o suícidio. No Brasil, são registrados mais de 13 mil suicídios por ano e mais de um milhão no mundo. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, organiza o setembro amarelo, com o objetivo de alertar a população, prevenir e reduzir essa triste realidade.
Era urgente mudar esse panorama, já que as pioras nos índices de saúde estavam muito relacionados ao estilo de vida. Surge, então, a Medicina do Estilo de Vida, que visa mudanças nos 6 pilares: nutrição, especialmente “plant based”, prática regular e consistente de atividade física, controle do estresse, manejo do abuso de substâncias como álcool e tabaco, melhoria na qualidade do sono, e bons relacionamentos.
Para que consigamos as mudanças no estilo de vida, é necessário envolvimento de toda a sociedade: órgãos governamentais, empresas, escolas, profissionais da área de saúde. Juntos conseguiremos uma população menos medicada e de fato mais saudável.
Dra. Fátima Sertório
CRM nº 20.006/RS